Parece que tudo que leio me remete a uma vida que quis viver, mas não vivi. Viagens que evitei, beijos que não dei, abraços que perdi, risadas que esqueci de dar, momentos únicos que não fotografei e que se perderam no instante em que não lhes dei atenção e, clic, foram-se.
Tenho uma ansiedade tremenda de tornar essa vida sonhada em outra, real. Mas não sei se faz sentido buscar algo que já fez sentido em outro lugar. Que direito teria eu de tirar a Alice do seu país das Maravilhas só para dizer a ela que estou atrasada, estou atrasada, estou atrasada... De que adiantaria correr para Cabul se não dá mais tempo de evitar o que já fizeram àquele menino, Hassan. E se eu fosse Amir, o que eu faria? Como atingir a redenção almejada? Todos os nossos atos são passíveis de redenção? Poderia eu viver um amor como o de Tereza e Tomás se Karenin não estivesse aqui?
Tenho medo. Tenho medo de morrer de repente, como algumas personagens morrem em muitos livros, sem a menor explicação e, pior, sem terem feito o que haviam programado para fazer.
Mas enfim, quem faz tudo que programou? Tudo aquilo que sonhou? Dizem que 10% ou menos do que sonhamos se realiza. Dizem não. Acabei de inventar essa estatística. E não sei se acredito nela, assim como não sei se acredito em estatística alguma.
Quem me fará crer?
Sigo lendo, relendo, lendo, relendo, lendo, relendo...
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