quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sub-tilezas.

Os dias passam e eu já não me reconheço. Tenho um buraco no lugar onde um dia já fui eu. As escadas que subo parecem mais longas. Na verdade, elas parecem não ter fim. Arde em mim um desejo de buscar a mim mesma, de saber aonde devo ir para isso, mas minhas pernas andam a esmo. Não há direção possível. E todas as direções possíveis resistem. Minhas contradições me agridem e me libertam ao mesmo tempo. A minha culpa estrangula o meu desejo de voar. O meu cansaço transborda da minha falta de ilusões. E minhas pernas continuam desembestadas rumo ao nada. Visto máscaras que não me preenchem. Mas que, ao menos, me apresentam ao mundo. De resto, gosto do meu quarto. Gosto de minha reclusão. No entanto, chega uma hora em preciso sair. E para onde mesmo? Não sei de respostas. Quando as recebo, nunca as entendo. Gostaria de decifrar ao menos uma. Só para poder embaralhar ela mesma, novamente, dentro de mim. Para que ela se transformasse, depois, em mais uma pergunta não respondida. Queria encher minha mão de sonhos outra vez. Mesmo que eles sempre escorram dela, por entre cada um de meus dedos. Sigo outra vez as minhas incertezas.

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